As lesões do manguito rotador - uma reflexão.
- Claudio Fusaro
- 23 de abr. de 2024
- 2 min de leitura
A jornada para entender a condição de impacto e lesões do manguito rotador começa com um olhar atento ao histórico clínico do paciente, onde cada detalhe, desde as atividades diárias até o histórico de lesões, a descrição da dor, desempenha um papel crucial na composição do quadro clínico.
A dor no ombro, que pode ser caracterizada pela compressão dos tendões do manguito rotador, não é apenas um sintoma; é um grito de socorro dos tecidos afetados, clamando por uma avaliação minuciosa. A inspeção estática e dinâmica e a palpação cuidadosa do ombro revelam muito sobre a condição, enquanto testes de movimento específicos, como o teste de Neer e o teste de Hawkins-Kennedy, provocam os sintomas característicos do impacto, fornecendo mais informações sobre o diagnóstico.
No entanto, a verdadeira compreensão da síndrome do impacto vai além da identificação da dor. As alterações de performance de movimento equilibrado, disfunções dos componentes de força muscular e comprimento das cadeias musculares, especialmente dos músculos do manguito rotador, adutores do ombro e dos músculos periescapulares, são examinadas meticulosamente, pois as assimetrias podem ser tanto uma causa quanto uma consequência da condição. Da mesma forma, a avaliação da amplitude de movimento fornece insights sobre a severidade da síndrome, como limitações na elevação e razão entre rotação interna/externa do ombro, indicando a presença de uma disfunção significativa.
Embora o diagnóstico possa ser predominantemente clínico, a tecnologia de imagem, incluindo radiografias, ultrassonografias e ressonâncias magnéticas, oferece uma janela para as estruturas internas do ombro, permitindo aos profissionais de saúde excluir outras condições e avaliar a extensão do dano aos tecidos moles. Além disso, ferramentas de avaliação funcional, como questionários específicos SPADI ou o DASH, ajudam a entender o impacto da condição nas atividades diárias do paciente, fornecendo uma perspectiva abrangente sobre a sua qualidade de vida.
O tratamento, consequentemente, é tão multifacetado quanto a avaliação. A fisioterapia, com um foco em exercícios terapêuticos para restabelecer força apropriada de músculos disfuncionais e ajustar o posicionamento ósseo e articular, além de melhorar a amplitude de movimento, é frequentemente a pedra angular do plano de tratamento. No entanto, a educação do paciente sobre como evitar atividades que exacerbem a dor e estratégias de autocuidado para gerenciar a dor em casa é igualmente vital, empoderando os indivíduos a tomar um papel ativo em sua recuperação.
Concluir que a avaliação e o tratamento da síndrome do impacto do ombro são desafios complexos seria um eufemismo. No entanto, com uma abordagem detalhada e integrada, é possível não apenas aliviar a dor, mas também restaurar a funcionalidade e prevenir futuras lesões. Escrevo este blog com a minha missão de iluminar esse caminho, garantindo que tanto os profissionais de saúde quanto os pacientes estejam equipados com o conhecimento necessário para enfrentar essa condição debilitante. Através da educação e da pesquisa contínua, podemos transformar a dor e a limitação em esperança e movimento, permitindo que aqueles afetados pela síndrome do impacto do ombro avancem em direção a uma vida mais ativa e sem dor.
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